Eu não sei vocês, mas eu adoro uma boa lenda, uma boa “estória”, e a Romênia é cenário de uma das maiores lendas da cultura popular dos últimos tempos! Estou falando da Lenda do conde Drácula! Lá se encontra aquele que viria a se tornar conhecido como a residência do vampiro mais temido do imaginário popular: O Castelo de Bran, mais conhecido como o Castelo do Conde Drácula.
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A LENDA
Diz a lenda que Drácula era um nobre (Conde) guerreiro que foi combater contra os Otomanos em nome da fé cristã. Porém, ao retornar vitorioso da guerra, recebe a notícia que sua esposa, Elisabeta, havia se suicidado após escutar boatos de que seu amado havia sido morto em combate. A igreja se recusou a enterrá-la em solo sagrado, alegando que o suicídio é um pecado mortal. Drácula, enfurecido, renuncia a Deus, bebe seu próprio sangue e se torna o senhor das trevas. E, ainda segundo a lenda, ele vivia na região da Transilvânia (que hoje faz parte da Romênia).
Então, me digam, como poderíamos passar pela Romênia sem conhecer a mitológica região da Transilvânia? Impossível! Não tinha como não ir! Alugamos um carro no aeroporto de Bucareste e fomos para Brasov, a 180 km ao norte, o coração da Transilvânia, onde nos hospedamos. Vale dizer que a estrada era muito boa e que não havia pedágios.
No dia seguinte, acordamos bem cedinho para seguir até o pequeno vilarejo de Bran, a 30 km de Brasov.
E o que fomos fazer em Bran? Conhecer o castelo do Conde Drácula!
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O CASTELO
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A entrada custou 40 Lei (+/- R$36). O castelo fica no topo de uma colina rochosa, de mais ou menos uns 200m de altura.
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Por fora o castelo tem uma aparência sombria, porém, por dentro, apesar dos labirintos de corredores, cômodos e quartos, ele é até bem bonitinho.
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Na verdade, esse castelo foi construído no século XIV para servir de fortaleza e de posto alfandegário. Em 1920 a Transilvânia passou a ser parte do Reino da Romênia. O castelo foi dado à Rainha Maria e passou a ser usado como residência da família real.
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Mas por que então o chamam de Castelo do Conde Drácula?
A explicação começa com o famoso livro “Drácula”, do escritor irlandês Bram Stoker, que foi quem melhor retratou a lenda do vampiro sanguinário e que serviu de inspiração para uma série de filmes. O autor descreve que o vampiro vivia em um castelo no alto de um vale, encravado em uma rocha, rodeado por um rio e localizado no Principado da Transilvânia.
A Romênia até então era um país socialista e, quando a se abriu para o turismo estrangeiro, nos anos 60, todos queriam saber afinal onde e como era o lugar que originou esse grande mito. Sendo assim, a busca dos viajantes pelo castelo descrito no livro fez com que o governo comprasse o castelo que pertenceu à família real romena, pois esse castelo é o único em toda a Transilvânia que mais ou menos se encaixa na descrição feita por Stoker. Dessa forma ele se tornou oficialmente o “Castelo do Conde Drácula.”
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O Personagem Histórico
Mas outro fato muito interessante é que o próprio Conde Drácula foi inspirado em um personagem histórico. Esse personagem se chamava Vlad Tepes (O empalador), governador da Valáquia, uma outra região da Romênia, entre 1456 e 1462.
O pai de Vlad Tepes também se chamava Vlad, e era conhecido como Vlad Dracul. Ele tinha esse nome porque fazia parte da Ordem do Dragão, uma ordem cristã formada por cavaleiros para defender o imperador. Dracul deriva de “draco” que em latim significa “dragão”. Porém, em romeno, “Dracul” significa diabo. De forma que, Vlad Tepes, filho de Vlad Dracul, passou a ser chamado de Vlad Draculea, que significa filho do diabo. Para Vlad Tepes, que era conhecido por ser bem cruel, o nome caiu como uma luva.
Vlad Tepes lutou na guerra contra os otomanos, mas tinha um exército muito menor. Ele buscou, então, uma forma de difundir o terror entre seus inimigos. Após capturá-los, usava um método terrível para torturá-los e matá-los: o empalamento. Isso consistia em inserir uma enorme estaca de madeira pelo ânus do torturado de modo que lhe atravessasse as entranhas até sair pela boca. A vítima podia levar até três dias para morrer. Deu resultado, ganhou fama de sanguinário e a partir daí, passou-se a criar lendas a respeito do temível Vlad: diziam que ele costumava se banhar com o sangue de seus inimigos e até beber o seu sangue.
Stoker tinha um amigo húngaro que era professor da Universidade de Budapeste, e é provável que esse amigo lhe tenha dado as informações sobre Vlad Tepes. Seu livro sobre vampiros a princípio não tinha nada a ver com esse personagem histórico mas, ele gostou tanto das lendas e histórias que ouviu, que decidiu mudá-la um pouco e transformar seu vampiro no Conde Drácula.
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Seja como for, história real ou imaginária, o castelo por sua beleza e mistério, sem dúvidas vale a pena ser visitado!
De fato, seu artigo foi muito bem explicado gostei de ler.
Capixaba cap Ao vivo