Um passeio muito interessante e pouco conhecido até mesmo pelos portenhos, Campanopolis é uma espécie de parque cuja arquitetura é inspirada em uma aldeia medieval, ele foi construído nos arredores da cidade de Buenos Aires, a uns 35 km aproximadamente. Mas tão interessante quanto o próprio parque é a história que está por trás da sua construção.
COMO SURGIU CAMPANOPOLIS?
O ano era 1977. Antonio Campana, empresário de sucesso no ramo de supermercados, comprou 200 hectares de terra na região de González Catán com a intenção de criar gado. Porém, em 1980, o terreno foi desapropriado e transformado em aterro sanitário. Em 1985 Antonio ganhou na justiça o terreno de volta, mas totalmente inutilizado para a finalidade que o havia comprado, devido à contaminação do solo pelo aterro. Durante cinco anos ele limpou o lixo depositado e reflorestou todo o terreno. No entanto, logo após foi diagnosticado com câncer e os médicos lhe deram mais cinco ou seis anos de vida.
Foi então que ele decidiu vender suas empresas e dedicar seus últimos anos de vida construindo uma aldeia medieval ali perto da cidade de Buenos Aires. Embora fosse um homem rico, tinha pouco estudo e não possuía nenhum conhecimento sobre arquitetura ou construção. Porém, isso não o impediu de seguir com o seu projeto, reuniu um grupo de pedreiros entre os vizinhos da região e deu início à construção da vila em meio à floresta que ele havia plantado.
O resultado foi um complexo de construções que lembram uma aldeia europeia do século XV: casas que parecem saídas de fábulas infantis, passagens, torres, ruazinhas estreitas, capela em estilo colonial, moinho, bosques, fontes e lagos… O lugar é imenso e, segundo os herdeiros do fundador da aldeia, possui mais de 800 construções.
LOCAL DE INTERESSE CULTURAL.
Campanopolis foi construída aos poucos, através da criatividade do seu idealizador e da reutilização de materiais provenientes de demolições. Antonio começou a frequentar leilões de antiguidades e empresas de desmonte, conseguiu resgatar algumas peças de importância histórica e arquitetônica da Argentina do final do século XIX e começo do século XX e, por isso Campanopolis foi declarada local de interesse cultural para o país.
Antonio morreu em 2008, viveu por mais 24 anos após o diagnóstico de câncer. Sua intenção não era construir uma atração turística, a aldeia medieval era apenas um projeto pessoal seu. Contudo, após muito tempo abandonada, seus herdeiros resolveram abri-la à visitação pública. O lugar oferece visitas guiadas em espanhol, com duração de aproximadamente 1h:15m, onde é possível conhecer em detalhes esse exótico local.
DIAS E HORÁRIOS DAS VISITAS:
Quartas, quintas e sextas: das 9h às 17h
Sábados: das 9h às 13h
Obs.: ingressos vendidos apenas pelo site: www.campanopolis.com.ar
Não há venda de ingresso no local.
Recomenda-se comprar com antecedência, pois se esgota rapidamente.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
Campanopolis fica afastada 35km da cidade de Buenos Aires, em González Catán, distrito de La Matanza, um dos bairros mais pobres e violentos da Grande Buenos Aires. Logo, por questões de segurança, não se recomenda a ida em transporte público, as melhores opções são ir de carro ou em excursão. Se for de Uber, combine a volta com o motorista, pois, pelos mesmos motivos anteriormente explicados, não é fácil pegar Uber para a volta.
Saia cedo. O trânsito na região metropolitana de Buenos Aires é caótico como em qualquer cidade grande. Em condições normais de trânsito, leva-se aproximadamente 1h de carro de Buenos Aires a González Catán. Às 16;30 já não permitem o ingresso ao parque.
Aqui no blog temos um post com mais sugestões sobre o que fazer em Buenos Aires! E só clicar aqui.
Muito interessante. Daqueles lugares que te transportam no tempo. Lindo! Arrasou, Andréa.
Obrigada, Yara! Realmente é um passeio bem diferente do que se está habituado a fazer em Buenos Aires! ;*
Olá! Como vai? Tivemos algumas informações para termos cuidado ao ir até Campanópolis de carro próprio, em vez de tour. Procede?
Obrigada! Cauá
Olá, Wagner! Sim, procede… O parque Campanópolis está localizado bem longe do centro de Buenos Aires e os arredores do parque não inspiram muita segurança. A comodidade de ir em carro próprio pode ser tornar um problema caso você se perca. Fui de Uber e o próprio motorista ficou receoso a medida de que íamos adentrando em Gonzalez Catán (bairro onde fica Campanopolis). Muita gente vai de carro próprio? Sim, acho que a grande maioria, mas dizer que é tranquilo não é! Se optar pelo Uber, combine a volta com o motorista, pois pelos mesmos motivos que expliquei acima, muitos motoristas de Uber não vão até lá.