Quando se ouve falar da Transilvânia, região situada do centro da Romênia, é muito comum imaginar um lugar sombrio, daqueles de cenários de filmes de terror, não é mesmo? O motivo para isso é que a região ganhou fama com o livro “Drácula”, quando o escritor Bram Stocker a transformou no local de residência do seu temível personagem. Brasov é a principal cidade da Transilvânia e, próximo a ela, na cidadezinha de Bran, se encontra o castelo que foi atribuído como a casa do Conde Drácula (mas sobre esse castelo eu vou deixar para contar em outro post).

No entanto, Brasov (pronuncia-se Brachov) não tem absolutamente nada de horripilante! Pelo contrário! É uma cidade encantadora, colorida, rodeada pelos belos bosques dos Montes Cárpatos. Também é uma cidade alto astral e boêmia, com diversas lojas, bares e restaurantes. Eu me apaixonei à primeira vista por ela e me arrependi de não ter podido ficar mais tempo.. 

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Como tínhamos poucos dias na Romênia, queríamos otimizar o nosso tempo. Então, para chegar até lá, optamos por alugar um carro no aeroporto de Bucareste. São aproximadamente 180 Km por uma rodovia em boas condições e com muitos radares. Ao começar a subir os montes Cárpatos, a rodovia se torna sinuosa e as paisagens cada vez mais bonitas.

Outro motivo pelo qual alugamos o carro, foi porque queríamos fazer uma parada na pequena cidade de Snagov, a 40 km de Bucareste. Nesta cidadezinha, se encontra um mosteiro onde supostamente está enterrado Vlad Tepes, o Empalador, príncipe governador da Valáquia que, pela crueldade coma a qual matava seus inimigos, foi inspiração para a criação do Conde Drácula (esse mosteiro também merece um post somente para ele).

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Também por esta mesma rodovia, a 50 km antes de Brasov, é possível chegar à pequena cidade de Sinaia, onde se encontra o belíssimo Castelo Peles e o pequeno Castelo Pelisor. Os castelos são na verdade palácios, construídos no século XIX pelo rei Carlos I. Queríamos muito conhecer o Castelo Peles, pois ele sempre figura nas listas dos castelos mais bonitos da Europa. Porém, infelizmente, no mês que estivemos na Romênia (novembro/2018), ele estava fechado para manutenção. Na página oficial, há informações de preços e horários.

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Chegamos à noite em Brasov e nos hospedamos pelos dois dias seguintes. Nosso roteiro foi muito corrido, porque nesses dois dias incluímos a visita ao Castelo de Bran, que fica a 8 km de Brasov. O ideal seriam dois dias completos para Brasov e uma manhã para o Castelo de Bran, principalmente se for a partir de novembro, quando os dias ficam mais curtos.

Alugamos um apartamento pelo Airbnb muito bonitinho e muito bem localizado, no coração do centro antigo da cidade, muito próximo dos pontos turísticos. É permitido estacionar em algumas das estreitas ruas do centro antigo, o difícil é encontrar vaga. Na rua do nosso apartamento era permitido estacionar e, como chegamos à noite, após dar algumas voltas no quarteirão, conseguimos uma vaguinha quase em frente a ele. O parquímetro funciona apenas com moedas, porém, no próprio parquímetro, há instruções para baixar e fazer o pagamento através de um aplicativo.

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Antes de começar a falar sobre o que vimos na cidade, permitam-me um breve resumo sobre a história de Brasov:

A região da Transilvânia era um feudo do Império Húngaro durante a Idade Média. Era uma região de grande interesse para o império, pois estava no meio da rota comercial entre o ocidente e o oriente. Para defender esse território, os reis húngaros ordenaram a fundação de várias cidades fortificadas, entre elas Sibiu, Sighisoara e Brasov. Logo depois, enviaram colonos alemães (saxões) para instalarem-se na região e desenvolvê-la. Brasov era chamada de Kronstadt (Cidade da Coroa, em alemão) e passou a ser habitada por alemães, romenos e húngaros, sendo os alemães quem detinham o poder. Somente os alemães viviam dentro das muralhas, e os demais povos tinham que pedir permissão ou até mesmo pagar pedágio para passar pelas portas da cidade.

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PONTOS TURÍSTICOS DE BRASOV:

Mas então, o que conseguimos ver nesse dia e meio que estivemos na surpreendente Brasov?

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A Piata Sfatului (Praça da Câmara) é o coração da cidade antiga. Ela fica no caminho pra qualquer outra atração da cidade, a maioria ali perto. No meio dela, uma construção chama a atenção: é a casa Sfatului, uma construção do século XIII, onde  atualmente funciona o Museu de História de Brasov, mas que no passado abrigava a antiga prefeitura da cidade. A praça é muito movimentada, frequentada por pessoas locais e turistas que lotam os restaurantes e lojinhas do seu entorno. Ao redor da praça também se encontram algumas casas históricas, como a Casa do Mercador, onde hoje funciona o restaurante Cerbul Carpatin; a Casa Muresenilor, que é um museu em homenagem a uma importante famíla na história da região; e uma igreja ortodoxa.

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Também nos arredores da praça se encontra a Biserica Neagra, a Igreja Negra, principal monumento em estilo gótico do país, construída entre 1385 e 1477. Seus tijolos ganharam essa cor enegrecida devido a um incêndio que arrasou a cidade em 1689, originando assim o nome da igreja. Dentro ela guarda o maior sino da Romênia e um dos maiores órgãos do leste europeu. O ingresso para a visitação à igreja é cobrado, assim como é cobrada uma taxa que autoriza tirar fotos no seu interior.

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Partindo da praça, começamos a explorar as ruas do centro histórico, com suas casinhas coloridas que dividem o espaço com hotéis, hostels e diversos restaurantes, cafés e bares. A principal delas é a Strada Republicii, onde nos sentamos para tomar um café e observar o movimento.

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Uma curiosidade é que Brasov ostenta no topo do Monte Tâmpa um enorme letreiro com o nome da cidade, no melhor estilo hollywoodiano! A explicação para a origem desse letreiro é a de que ele representa o orgulho da cidade em manter seu nome original, já que durante o regime comunista, a cidade teve o nome trocado para Orasul Stalin, que significa cidade de Stalin (fonte: blog andarilhosdomundo.com.br).

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Mas é possível não só observar o letreiro desde a cidade, como também subir até lá em cima do monte e chegar pertinho dele! A vista da cidade lá de cima é simplesmente maravilhosa. O Monte Tâmpa tem 865 metros e é a montanha mais alta da cidade e ao seu pé foi edificada a fortaleza que protegia a cidade.

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O acesso ao topo pode ser feito a pé, percorrendo uma trilha pela mata (leva cerca de 1 hora) ou via teleférico. Nós usamos o teleférico e a subida demora no máximo 3 minutos.

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E pra terminar nosso passeio, caminhamos ao longo do que restou da muralha que formava o sistema defensivo da cidade no período medieval. Embora tenha sido quase completamente destruída no século 19 para expansão da cidade, partes dessa construção ainda estão de pé. Essas partes são: as torres Branca e Negra; o portão Schei e o Portão Catarina; o Bastião Graft, o Bastião dos Ferreiros e o Bastião dos Tecelões e a Cidadela, que fica fora do centro antigo, no alto de uma outra colina e onde hoje funciona um restaurante.

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Voltamos para o apartamento para arrumar nossas malas e fazer o caminho de volta a Bucareste, para conhecer a capital desse país incrível que é a Romênia!